A parábola do andarilho e do ancião: foco com liberdade.

Foco com liberdade

Certa feita, havia um homem caminhando por um estrada, o qual margeava grandes área de plantações verdejantes.  Ele caminhava por essa estrada, sem saber exatamente aonde deveria ir. Ele não tinha muita certeza de qual era o destino que deveria chegar. Mas sabia quem ele era, quais suas características e pontos fortes, assim como seus pontos fracos.

 

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Mas se questionava, enquanto caminhava, para onde afinal ele devia ir… O que devia fazer… Essa dúvida o incomodava.

Mais à frente, em sua caminhada, já no entardecer, encontrou uma velha cabana de madeira com uma grande chaminé que soltava a fumaça branca e um odor de lenha queimada pelo ar. De alguma forma, esta cabana lhe chamou atenção. Havia algo que lhe inspirava confiança e resolveu seguir até lá.

Ao chegar perto dessa cabana, percebeu que um velho senhor, de traços orientais saiu pela porta levando alguns sacos de lenha para fora. Após ter colocado os sacos na varanda, levantou seus olhos e viu o andarilho parado a observá-lo. Sorriu para este, o cumprimentou e o convidou a entrar. Parecia que o ancião oriental sabia que este homem um dia chegaria a sua porta.

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O homem sentiu-se confortável e aceitou o convite. Aproximou-se do ancião, que mais se parecia com um antigo mestre, estendeu sua mão, o cumprimentou e entrou na velha cabana, seguido do ancião.

Ao entrar, viu que se tratava de uma casa muito simples, contando com uma lareira, alguns móveis antigos de madeira e uma cozinha com o trivial. Apesar da simplicidade, tudo estava organizado e limpo.

O ancião o convidou a sentar-se na sala para uma conversa rápida. E assim iniciou-se o diálogo, que iria mudar para sempre a vida do andarilho. Disse o ancião:

Você está há muito tempo andando, pelo que parece. Para aonde está indo, afinal?

Andarilho: ”Não sei ao certo. Não sei aonde quero chegar. Apenas ando, um dia de cada vez, um passo após o outro…”

Ancião: “E o que você ganha com isso?

Andarilho: “Sou livre, faço o que quero e vou aonde minhas pernas me levam. Sigo a direção do vento, das nuvens, do meu instinto. Se eu ganho algo, eu diria que é a liberdade de não ter destino.”

Ancião: “E o que você perde com isso?

O andarilho reflete por um momento e diz:

“Nem sempre me sinto realizado em ser livre. Às vezes, me sinto desconectado por não ter aonde chegar. Por ser livre, quando sigo qualquer caminho não crio laços, não crio raízes. E isso me deixa um tanto quanto incompleto…”

Ancião: “Você acredita que possa se sentir livre e ter um destino ao mesmo tempo?

Andarilho: “Talvez seja possível. Mas não sei como isso poderia andar junto: liberdade de ir aonde se quer, mesmo tendo um destino aonde chegar.”

Ancião: “A sua liberdade está aonde, efetivamente? Dentro ou fora de você?

Andarilho: “A minha liberdade está na opção de tomar o caminho que quiser independente de qualquer outra pessoa.”

Ancião : “E qualquer outra pessoa inclui você mesmo?

Andarilho: “Não. Eu mesmo é que defino aonde quero ir. Só não dependo de ninguém ou de um fator externo para chegar.“

Ancião: “Então você é dependente de sua escolha? Sua liberdade se esvai quando faz sua decisão de seguir ao acaso, certo?

Andarilho: “Talvez sim…”

Ancião: “Embora um peixe não enxergue a água, ele está imerso nela. Embora um pássaro voe através do ar, não percebe a sua dependência desse elemento.  Você se julga livre, embora esteja mergulhado no acaso. Percebe?

Andarilho: “Aonde você quer chegar?”

E o ancião diz:

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Andarilho: “Mas como vou fazer para descobrir aonde ir, sem perder a liberdade?”

Ancião: “É como uma dança. Você pode escolher a música, pode escolher seu par, ou dançar sozinho, pode usar um espaço determinado para sua expressão e terá um tempo definido. Do início da música ao final dela, você tem toda a liberdade do mundo para se expressar como quiser.”

O ancião para por um instante, coloca mais uma lenha na fogueira e complementa:

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Andarilho: “Entendi. Posso definir um destino, ter um foco, e ser livre para fazer o caminho como quiser então?”

Ancião: “Como na nossa vida. Nascemos e ganhamos o direito de escrever aquilo que quisermos no livro da nossa história. A vida tem um início, um meio e um final. Somos livres para escrevemos aquilo que quisermos nesse livro.

Andarilho: “E como descubro para onde quero efetivamente ir agora?”

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Ancião: “Pense nos momentos em que foi muito feliz em sua caminhada. Recorde sobre as coisas que já fez e que te deixaram repleto de felicidade. Ou pense em como gostaria de ser lembrado quando não estiver mais vivo. Essas são as pistas para você descobrir o seu destino.

Andarilho: “Isso me lembra um antigo sonho… Algo que abandonei no passado, para seguir minha liberdade…”

Ancião: “Talvez você deva transformar este sonho no palco para essa dança…

Andarilho: “Entendo. Agora tudo começa a fazer sentido. Mas tenho medo…”

Ancião: “O medo faz parte da sua caminhada. É um dos componentes da sua dança. Não o exclua de sua performance, apenas conviva com ele e controle-o.

O andarilho, agora mais confiante e mais decidido diz:

Andarilho: “O senhor me ajudou muito ao me fazer achar algumas respostas que me perturbavam. Como posso lhe agradecer por sua ajuda?”

Ancião: “Dance a sua vida da melhor forma possível, fazendo com que seja a melhor e mais espetacular performance que tu pode fazer, usando todas as infinitas possibilidades. Ao fazer isso, você já estará me ajudando…

O andarilho se levanta confiante e emocionado, dá um abraço no velho mestre ancião e sai da cabana.

A partir daquele momento, ele já sabia aonde ir…

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E você, que insights consegue tirar dessa pequena parábola?

Faz sentido para você?

About the Author Leandro Rasia

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